BAGDÁ (Reuters) - O iraquiano Nuri al-Maliki disse nesta quarta-feira que a indicação de Haider al-Abadi para substituí-lo como primeiro-ministro do Iraque é uma violação à Constituição e "não tem validade".
Em um discurso televisionado, Maliki disse que todos devem aceitar a decisão pendente de um tribunal federal sobre a objeção feita por ele à indicação de Abadi, e disse que seu governo continuaria até que uma decisão final seja tomada.
Abadi recebeu aval dos Estados Unidos e do Irã, na terça-feira, após pedir que líderes políticos acabem com as brigas que permitiram que militantes islâmicos tomassem um terço do território iraquiano.
A televisão estatal relatou nesta quarta-feira que Abadi estava trabalhando na formação de um novo gabinete e desenvolvendo um programa de governo em acordo com outros blocos políticos.
Mas Maliki até agora tem se recusado a deixar o poder, após oito anos como premiê.
Críticos acusam o xiita de marginalizar, durante seu governo, a comunidade sunita que antes dominava o país e, assim, piorar a crise no país.
Nesta quarta-feira, Maliki disse que a decisão de indicar Abadi como primeiro-ministro não era válida sem uma decisão do Tribunal Federal sobre um apelo apresentado por ele na terça-feira contra a decisão de dar a Abadi o poder de formar um novo governo.
"A violação que ocorreu não tem validade e suas consequências não tem efeito", disse ele.
"O governo continua, e não será mudado exceto após o Tribunal Federal emitir sua decisão."
(Por Raheem Salman)