Por Marie Mannes e Louise Rasmussen
ESTOCOLMO (Reuters) - Um homem rasgou e queimou um Alcorão do lado de fora da mesquita central de Estocolmo, nesta quarta-feira, um evento que pode irritar a Turquia enquanto a Suécia tenta ingressar na Otan, depois que a polícia sueca concedeu permissão para o protesto.
Posteriormente, a polícia acusou o homem de agitação contra um grupo étnico ou nacional.
Uma série de manifestações na Suécia contra o Islã e pelos direitos dos curdos tem incomdado Ancara, cujo apoio à Suécia é necessário para o país nórdico entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte.
A Suécia busca adesão à Otan após a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado. Mas a Turquia, membro da aliança, suspendeu o processo, acusando a Suécia de abrigar pessoas que considera terroristas e exigindo sua extradição.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, condenou o ato no Twitter, acrescentando que é inaceitável permitir protestos anti-islâmicos em nome da liberdade de expressão.
Cerca de 200 espectadores testemunharam um dos dois organizadores rasgando as páginas de uma cópia do Alcorão e limpando os sapatos com ela antes de colocar bacon e incendiar o livro, enquanto o outro manifestante falava em um megafone.
Alguns dos presentes gritaram "Deus é grande" em árabe para protestar contra a queima, e um homem foi detido pela polícia depois de tentar atirar uma pedra.
O primeiro-ministro Ulf Kristersson disse em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira que não iria especular sobre como o protesto pode afetar o processo de adesão da Suécia à Otan.
"É legal, mas não apropriado", afirmou ele, acrescentando que cabe à polícia tomar decisões sobre a queima do Alcorão.