Por Nelson Renteria
SAN SALVADOR (Reuters) - O fato de o presidente Nayib Bukele ter ido ao Parlamento de El Salvador com soldados armados no final de semana alarmou adversários políticos e grupos de direitos humanos, provocando o temor de uma regressão democrática na nação centro-americana assolada pelo crime.
No domingo, o líder de 38 anos apareceu na Assembleia Nacional com um grupo de soldados uniformizados portando armas automáticas para uma sessão especial que ele mesmo convocou em meio a tentativas de pressionar os parlamentares a aprovarem seu plano de combate ao crime. Ele também alertou os parlamentares que o povo tem direito à "insurreição".
A demonstração de força dentro do Parlamento foi repudiada em todo o espectro político e em algumas nações estrangeiras em meio ao receio de que a jovem democracia de El Salvador seja prejudicada pelo gesto de destempero do presidente.
O temor de que Bukele esteja usando as tropas para intimidar os parlamentares surge no momento em que líderes de vários países da América Latina, onde governos militares eram comuns nos anos 1970 e 1980, estão contando com o apoio das Forças Armadas para implantar sua política doméstica.
"Os militares salvadorenhos não deveriam ser usados para resolver disputas entre o presidente e o Congresso. Diferenças civis deveriam ser resolvidas por instituições civis", disse Eliot Engel, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
"Os olhos do mundo estão em El Salvador e @nayibbukele neste momento crítico", acrescentou em uma postagem na conta de Twitter do comitê.