Por Ginger Gibson e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - Uma manifestação de nacionalistas brancos no centro da capital norte-americana atraiu duas dezenas de participantes e milhares de manifestantes contrários no domingo, dia do aniversário de um ano de um episódio de violência de conotação racial em Charlottesville, no Estado da Virgínia.
Um grande contingente da polícia manteve os dois lados separados na Praça Lafayette, situada diante da Casa Branca, em Washington. Depois de duas horas e alguns discursos, a marcha "Unindo a Direita 2" terminou mais cedo com a chegada da chuva, e duas vans da polícia levaram os participantes de volta para a Virgínia.
Os eventos do domingo, embora tensos em alguns momentos, foram muito diferentes das brigas de rua que irromperam no centro de Charlottesville um ano atrás, quando uma moradora foi morta atropelada por um homem que lançou o carro contra uma multidão de manifestantes contrários.
A "Unindo a Direita 2" não recebeu permissão para ser realizada em Charlottesville neste ano, mas obteve uma autorização para ser realizada Washington. Os organizadores planejavam um evento com 400 pessoas.
No cerne do grupo de nacionalistas brancos estava Jason Kessler, ativista da Virgínia que ajudou a organizar a edição de 2017 em Charlottesville. Ele surgiu de uma estação do metrô com alguns participantes segurando uma bandeira dos Estados Unidos e rumou para a Casa Branca cercado por policiais, enquanto opositores provocavam o grupo e os chamavam de nazistas.
Dan Haught, programador de 54 anos de Washington, participava de seu primeiro protesto diante da Casa Branca empunhando um cartaz que dizia "Voltem para seus buracos, palhaços nazistas".
"Queríamos enviar ao mundo a mensagem de que somos muitos mais do que eles", disse Haught.
A polícia disse que até as 18h locais não tinha prendido ninguém e que não informaria uma estimativa de público. Mais tarde, um pequeno grupo de manifestantes contrários ao protesto de nacionalistas brancos se chocou com policiais no centro de Washington.
A violência testemunhada em 2017 em Charlottesville, provocada pela revolta de nacionalistas com um plano para a retirada da estátua de um general confederado, abalou a nação e provocou o repúdio de todo o espectro político -- e também foi um dos piores momentos do primeiro ano de governo do presidente Donald Trump.
À época ele disse que havia "ótimas pessoas" dos dois lados e foi criticado por estar igualando os manifestantes contrários e os participantes da marcha, entre os quais havia neonazistas e outros supremacistas brancos.
(Reportagem adicional de Joseph Ax, em Charlottesville, e David Shepardson e Michelle Price, em Washington)