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May é pressionada a agendar renúncia para conseguir aprovar acordo do Brexit

Publicado 25.03.2019, 11:07
© Reuters. Premiê britânica, Theresa May

Por Guy Faulconbridge e Elizabeth Piper

LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, foi pressionada nesta segunda-feira a anunciar uma data para sua saída do cargo como preço para que parlamentares rebeldes de seu partido que são favoráveis à desfiliação britânica da União Europeia apoiem o acordo de separação apresentado pelo governo.

A política britânica está em meio a um turbilhão, em uma das conjunturas mais importantes do país em ao menos uma geração, e ainda não está claro quando ou se Brexit realmente acontecerá, quase três anos após o referendo sobre a filiação à UE.

Vendo May enfraquecida, ministros se uniram para assegurar que ela continua no comando e para negar relatos de um complô para exigir que ela indique uma data para deixar o posto em uma reunião de gabinete marcada para esta segunda-feira.

"Chegou a hora, Theresa", disse o jornal Sun, de Rupert Murdoch, em um editorial na primeira página, argumentando que sua única chance de obter uma aprovação do Parlamento ao acordo, após duas derrotas, é marcar a data de sua partida.

"Espero que o gabinete diga à primeira-ministra que o jogo acabou", disse Andrew Bridgen, parlamentar conservador que apoia o Brexit, à Sky News.

"A primeira-ministra não conta com a confiança do partido parlamentar. Está claro que ela não conta com a confiança do gabinete e ela certamente não conta com a confiança de nossos membros pelo país afora".

O Reino Unido, que decidiu sair da UE por 52 a 48 por cento dos votos no referendo, continua profundamente divido sobre o Brexit.

No domingo, meras 24 horas depois que centenas de milhares de pessoas marcharam por Londres para exigir outro referendo, May convocou parlamentares rebeldes à sua residência de Chequers pare tentar encontrar uma maneira de romper o impasse.

© Reuters. Premiê britânica, Theresa May

"Na reunião se debateu uma variedade de temas, incluindo se existe apoio suficiente nos (Câmara dos) Comuns para remarcar uma votação significativa (de seu acordo) nesta semana", disse o porta-voz do escritório de Downing Street de May.

Boris Johnson, Jacob Rees-Mogg e Steve Baker compareceram, assim como os ministros David Lidington e Michael Gove, que foram apontados como possíveis premiês interinos e obrigados a negar que desejam o cargo.

(Reportagem adicional de Kate Holton, William Schomberg, David Milliken e Andrew MacAskill)

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