CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Medos mútuos entre imigrantes e suas novas comunidades são compreensíveis, mas não devem impedir que os recém-chegados sejam bem-vindos e integrados, disse o papa Francisco neste domingo em uma missa especial para marcar o Dia Mundial de Migrantes e Refugiados.
O pontífice, um forte defensor dos direitos de imigrantes, se dirigia a uma congregação que incluía refugiados de uns 50 países, cujas bandeiras adornavam a área em torno do altar na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
"Comunidades locais às vezes temem que os recém-chegados perturbem a ordem estabelecida, "roubem" algo que eles trabalharam por muito tempo para construir", afirmou o papa, enquanto "os recém-chegados...estão com medo de confronto, julgamento, discriminação e fracasso."
"Ter dúvidas e medos não é pecado. O pecado é permitir que esses medos determinem nossas respostas, limitem nossas escolhas, comprometam o respeito e a generosidade, alimentem hostilidade e rejeição", afirmou o pontífice.
O papa Francisco, que foi o primeiro não europeu escolhido em quase 1.300 anos, criticou a intenção declarada do presidente norte-americano, Donald Trump, de construir um muro para impedir imigrantes ilegais de cruzar a fronteira do México para os EUA.
No ano passado, o pontífice se reuniu com refugiados muçulmanos em Myanmar e Bangladesh, pedindo uma ação decisiva para resolver os problemas políticos que levam muitos a fugir.
Neste domingo, ele afirmou que os recém-chegados devem "conhecer e respeitar as leis, a cultura e as tradições dos países que os recebem".
As comunidades, por sua vez, devem "se abrir sem preconceitos à rica diversidade, entender as esperanças e o potencial dos recém-chegados, bem como seus medos e vulnerabilidades", disse o papa.
(Por Isla Binnie)