Por Carlos Carillo
SAN FELIPE, México (Reuters) - Os esforços de fiscalização para proteger a vaquita, a menor toninha do mundo, levaram a uma queda significativa na pesca em uma área protegida que abriga espécies criticamente ameaçadas de extinção, afirmou o governo mexicano e uma ONG após um ano de parceria reforçada.
No entanto, não está claro se a proibição da pesca no mar de Cortés, no México, se traduziu em um aumento na população de vaquitas, que alguns biólogos estimam ter caído para algo apenas entre 6 a 20.
A Sea Shepherd, uma organização não governamental, fez parceria com órgãos oficiais e a Marinha do México no ano passado para impulsionar a "Operação Milagre", um projeto para proteger a vaquita por meio do compartilhamento de informações sobre a pesca ilegal nas águas onde vivem, conhecida como Área de Tolerância Zero.
Um ano depois, o grupo disse ter conseguido reduzir em mais de 70% o número de horas que os barcos de pesca operam onde vivem as vaquitas, no golfo do Pacífico, que separa a península de Baja California do continente, garantindo que menos redes sejam lançadas.
As vaquitas, que chegam a pouco menos de 1,5 metro, muitas vezes ficam emaranhadas e morrem em redes de pesca lançadas para capturar camarões, peixes ou totoaba --um peixe grande cuja bexiga natatória é comercializada ilegalmente para a Ásia, onde é valorizada na medicina tradicional.
O México está sob pressão internacional para resolver o problema.
A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens --o principal órgão mundial sobre o assunto-- ameaçou o México com restrições comerciais se não apresentar um plano para enfrentar as ameaças às espécies até o final de fevereiro.
(Reportagem de Carlos Carillo; Reportagem adicional de Carolina Pulice e Raquel Cunha)