Por Daina Beth Solomon
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O governo do México prometeu nesta sexta-feira que enfrentará o desafio de uma caravana de imigrantes da América Central que ruma para o norte e que revoltou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levando-o a ameaçar fechar a fronteira EUA-México para impedir sua passagem.
Falando depois de um encontro com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, na Cidade do México, o ministro de Relações Exteriores mexicano, Luis Videgaray, disse que os dois conversaram sobre a caravana, que partiu de Honduras no final de semana e agora está na divisa mexicana.
"É um desafio que o México está enfrentando, e foi como eu o expressei ao secretário Pompeo", disse Videgaray em uma coletiva de imprensa ao lado do colega dos EUA.
O governo mexicano buscou assistência da agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) para registrar os imigrantes pedindo asilo na fronteira sul, uma medida que pode lhe permitir dispersar a multidão e apaziguar Trump.
Pompeo disse que ele e Videgaray conversaram sobre a importância de deter a caravana antes que ela chegue à fronteira dos EUA. Ele agradeceu o México por seus esforços para lidar com o fluxo imigratório, entre eles pedir auxílio à ONU.
Vários milhares de imigrantes hondurenhos que tentam fugir da violência e da pobreza atravessaram a Guatemala a caminho do México, alguns com a esperança de entrar nos EUA.
Mais cedo nesta sexta-feira Videgaray disse que a caravana tem quase quatro mil pessoas e que os imigrantes podem apresentar seus pedidos para entrar no México ou postular o status de refugiados individualmente.
"Não tivemos uma caravana ou grupo deste tamanho procurando refúgio ao mesmo tempo, foi por isso que buscamos o apoio dos Estados Unidos", explicou Videgaray na televisão mexicana.
O México afirma que os imigrantes serão registrados e que aqueles que não tiverem uma justificativa legítima para seguir viagem ou ficar em seu território serão devolvidos aos seus países de origem.
Uma caravana de moradores da América Central que se formou no sul do México no final de março também foi alvo da ira de Trump, que na quinta-feira ameaçou acionar os militares e fechar a fronteira se o México não detiver a procissão mais recente.
Mas no final do mesmo dia ele também agradeceu o México por seu empenho em conter a caravana.
(Por Veronica Gomez, Julia Love e Daina Beth Solomon na Cidade do México; reportagem adicional de Delphine Schrank em Ciudad Hidalgo)