Por Antoni Slodkowski
NAYPYITAW (Reuters) - O governo de Mianmar e oito grupos étnicos armados assinaram um acordo de cessar-fogo nesta quinta-feira, concluindo mais de dois anos de negociações com o objetivo de encerrar os prolongados conflitos em grande parte do país.
O acordo, no entanto, não conseguiu ter toda a abrangência nacional almejada, com sete dos 15 grupos armados se negando a assiná-lo devido a desentendimentos sobre quem deveria ser incluído no processo e a contínua desconfiança em relação ao governo parcialmente civil de Mianmar, com suas poderosas Forças Armadas.
O presidente do país, o ex-general Thein Sein, fez do cessar-fogo no país uma das principais plataformas de sua agenda reformista, após assumir o poder em 2011 e encerrar quase 50 anos de governo militar.
Apesar das abstenções terem representado um duro golpe para o presidente, que pressionou para que um acordo fosse assinado antes da eleição geral em 8 de novembro, ele descreveu o entendimento, nesta quinta-feira, como histórico.
"O acordo de cessar-fogo de âmbito nacional é um presente histórico nosso para as nossas gerações futuras", disse Thein Sein em uma cerimônia de assinatura que contou com a presença de centenas de diplomatas, autoridades e representantes de grupos rebeldes na capital do país.
"Esse é nosso legado. A estrada para um futuro de paz em Mianmar está aberta."
(Reportagem adicional de David Brunnstrom, em Washington)