Por Adam Makary e Nidal al-Mughrabi
(Reuters) - Milhares de pessoas estão presas no campo de Jabalia, na Faixa de Gaza, em meio a ataques israelenses à região, afirmou nesta sexta-feira a organização Médicos Sem Fronteiras, uma semana depois de Israel ter lançado uma ofensiva no local que, segundo o país, tem o objetivo de impedir o reagrupamento do Hamas.
Médicos palestinos afirmaram que os ataques israelenses mataram pelo menos 41 palestinos na Faixa de Gaza nesta sexta-feira, com quase metade das mortes ocorridas em Jabalia, o distrito ao norte que abriga os maiores campos de refugiados do enclave.
O setor militar israelense afirmou que matou dezenas de militantes em Jabalia, embora não esteja claro ainda se os mortos eram civis ou combatentes.
“Ninguém pode entrar ou sair. Quem tentar é atingido por um tiro”, afirmou na rede social X a coordenadora do Médicos Sem Fronteiras, Sarah Vuylsteke.
Cinco profissionais do Médico Sem Fronteiras também estão presos no local, ela disse.
“Não sei o que fazer. A qualquer momento podemos morrer. As pessoas estão famintas. Estou com medo de ficar, mas também com medo de sair”, disse Haydar, um motorista da entidade.
Autoridades de saúde palestinas reportaram pelo menos 130 mortes na operação até agora, enquanto os militares pedem que moradores deixem a região onde, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 400 mil pessoas estão presas.