Por Diego Oré
CARACAS (Reuters) - As Forças Armadas da Venezuela vão coordenar a distribuição de alimentos e remédios como parte dos esforços do presidente Nicolás Maduro para controlar a grave escassez de gêneros básicos no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de acordo com um decreto publicado nesta terça-feira.
O decreto cria um novo organismo chamado Comando de Suprimento, que vai estabelecer novas regras para administrar a compra, venda e distribuição de alimentos, remédios, itens de higiene pessoal e produtos de limpeza doméstica. O órgão, chefiado pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, vai supervisionar as agências governamentais que vinham regulando tais atividades. O Comando de Suprimento pode obrigar empresas do setor privado a vender sua produção para entidades estatais.
Críticos rejeitaram o plano, que viram como insuficiente para resolver os problemas econômicos da nação, entre eles a escassez de estilo soviético, a inflação de três dígitos e a grande dependência de importações.
"(Isso) implica uso da capacidade operacional das Forças Armadas por todo o país... assegurando o suprimento nacional de produtos estratégicos de forma a garantir o direito de todos os venezuelanos à nutrição e à saúde", afirma o decreto.
Maduro emitiu o decreto por meio de poderes econômicos emergenciais que lhe permitem adotar leis sem aprovação do Congresso, que está nas mãos da oposição desde a vitória contundente na eleição legislativa do ano passado.
Padrino apareceu na televisão estatal nesta terça-feira dizendo que a mudança é "uma questão de disciplina, não de militarização".