Por Karen Lema e Martin Petty
MANILA (Reuters) - Os militares das Filipinas apoiaram nesta quarta-feira a decisão do presidente de descartar um acordo de segurança firmado com os Estados Unidos, dizendo que agora o país pode desenvolver suas próprias capacidades de defesa e alianças e que ficará bem sem o pacto.
O chefe dos militares aprovou quando o presidente Rodrigo Duterte encerrou o Acordo de Forças em Visita (VFA) de 1998, e disse que fazê-lo permitirá às Filipinas expandir seu programa de modernização e seu envolvimento com a Austrália e o Japão --ambos aliados norte-americanos.
O comandante das Forças Armadas, general Felimon Santos, disse que aviões e navios estão sendo adquiridos de países que não os EUA, como a Coreia do Sul, e que agora os filipinos estão "fazendo o trabalho braçal" de coleta de inteligência sobre extremistas islâmicos.
"Vocês conhecem estes sentimentos de soldados, estamos todos com o moral em alta", disse ele aos repórteres. "Isso nos deixará mais ansiosos para construir nossas próprias capacidades."
Apesar de seus ministros da Defesa e das Relações Exteriores terem falado favoravelmente sobre o VFA na semana passada, a decisão de Duterte não foi uma surpresa total, dado seu desprezo pelos laços estreitos de sua nação com ps EUA e pelo que vê como subserviência a um ex-colonizador abusivo e hipócrita.
Ele está determinado a desenvolver um relacionamento forte com a China, apesar de um histórico de atritos diplomáticos e algum receio de um aparato de defesa inclinado aos EUA que desconfia da militarização de Pequim e da construção de ilhas no Mar do Sul da China.