TABATINGA, Amazonas (Reuters) - Membros das forças militares dos Estados Unidos participam nesta semana da maior operação militar internacional já feita dentro da Amazônia, em um sinal de laços de Defesa mais próximos entre EUA e Brasil.
Tropas de Brasil, Colômbia e Peru irão estabelecer uma base militar temporária na região fronteiriça entre os três países para uma semana de exercícios de logística em assistência humanitária e auxílio de desastres, disseram autoridades militares brasileiras.
Cerca de 50 militares dos EUA estarão presentes para o exercício, incluindo 19 observadores e 31 membros da Guarda Aérea Nacional de Montana, que estarão em Manaus fornecendo transporte aéreo, segundo comunicado da embaixada dos EUA.
Os Estados Unidos irão providenciar um avião de transporte Hercules C-130 para transportar pessoas e equipamentos, segundo as Forças Armadas do Brasil.
A presença de membros das forças militares dos EUA na região brasileira da Amazônia destaca melhoria nas relações de Defesa entre os dois países mais populosos do hemisfério ocidental após mais de uma década de distanciamento sob governos de esquerda no Brasil.
Em março, o então chefe do Exército Sul dos EUA, major general Clarence K.K. Chinn, visitou instalações militares na Amazônia e foi condecorado em Brasília. Acordos bilaterais sobre cooperação de Defesa e segurança de informação entraram em vigor recentemente após anos de estagnação no Congresso brasileiro.
O comandante logístico do Exército brasileiro, general Guilherme Gaspar de Oliveira, disse à mídia local que foi a primeira vez que um exercício militar tão grande foi realizado na Amazônia. Ele afirmou que exercícios ajudaram a preparar as forças armadas para uma crise humanitária como imigração em massa.
O Brasil tem mantido um olhar atento à crise econômica e agitações políticas na vizinha Venezuela, que podem causar tal êxodo. Mais de 30 mil venezuelanos já fugiram pela fronteira para o Estado de Roraima, de acordo com a Polícia Federal.
O Exército brasileiro informou que a Venezuela é um dos 19 países enviando observadores para a chamada Operação América Unida, de 6 a 13 de novembro.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, irá comparecer aos exercícios na Amazônia no fim de semana e então viajar a Washington para três dias de conversas com autoridades do Pentágono, segundo sua assessoria de imprensa.
(Reportagem de Pablo Garcia e Leonardo Benassatto; reportagem adicional de Anthony Boadle)