Por Andrew Gray e John Irish
BRUXELAS (Reuters) - Os ministros das Relações Exteriores dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reuniram nesta quarta-feira para discutir como estabelecer o apoio militar à Ucrânia no longo prazo, incluindo uma proposta para um fundo de 100 bilhões de euros por cinco anos e um plano visto como uma forma de ajuda "à prova de Trump" para Kiev.
As propostas do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, forneceriam à aliança militar ocidental um papel mais direto na coordenação do fornecimento de armas, munições e equipamentos para a Ucrânia, que luta contra a invasão da Rússia, segundo diplomatas.
Os planos serão discutidos durante uma reunião de dois dias em Bruxelas, que celebrará o 75º aniversário da fundação da aliança e preparará a cúpula de julho entre líderes dos membros em Washington.
"Precisamos mudar a dinâmica de nosso apoio", disse Stoltenberg ao chegar à reunião em Bruxelas.
"Devemos garantir uma assistência de segurança confiável e previsível para a Ucrânia a longo prazo, de modo que dependamos menos de contribuições voluntárias e mais dos compromissos da Otan. Menos em ofertas de curto prazo e mais em compromissos plurianuais."
Ele se recusou a confirmar os níveis de financiamento e disse que o objetivo é que uma decisão seja tomada na cúpula de julho.
De acordo com os planos, a Otan assumiria parte do trabalho de coordenação de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, conhecida como grupo Ramstein - uma medida projetada em parte para se proteger contra qualquer corte no apoio norte-americano caso Donald Trump retorne à Casa Branca, disseram diplomatas.
Até agora, a Otan, como organização, tem se concentrado na ajuda não letal à Ucrânia por temer que um papel mais direto possa desencadear uma escalada das tensões com a Rússia. Seus membros têm fornecido bilhões de dólares em armas de forma bilateral.
Diplomatas disseram que há uma opinião crescente dentro da Otan de que é hora de colocar a ajuda militar à Ucrânia em uma base mais sustentável e que a aliança está em melhor posição para fazer isso.
Mas eles disseram que não está claro se o valor de 100 bilhões de euros seria aceito ou como seria financiado. As decisões da Otan exigem consenso entre seus 32 membros.