Por Andrew Gray
BRUXELAS (Reuters) - O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, acusou o governo israelense nesta terça-feira de violar a lei internacional ao impor um bloqueio total a Gaza em resposta ao ataque do grupo militante palestino Hamas a Israel.
Depois de uma reunião de emergência para discutir as repercussões do ataque, Borrell também disse que uma “esmagadora maioria” dos ministros de Relações Exteriores da UE apoia a continuação dos pagamentos de ajuda à Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia.
Borrell fez sua declaração um dia depois de o comissário europeu Oliver Varhelyi, um diplomata húngaro, ter dito que toda a ajuda de desenvolvimento da UE aos palestinos foi suspensa -- apenas para a Comissão renegar seu anúncio após reação dos governos da UE.
Borrell convidou os ministros das Relações Exteriores de Israel e da Autoridade Palestina para participarem por videoconferência na reunião em Mascate, no Omã.
Mas o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, não quis participar de uma reunião que também seria dirigida pelo ministro da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki. Então, nenhum dos dois acabou participando, disseram autoridades.
Borrell repetiu a condenação da UE aos ataques do Hamas, que mataram mais de 1.000 israelenses, a maioria deles civis.
Mas disse que a resposta de Israel -- que até agora matou pelo menos 770 habitantes de Gaza, segundo autoridades locais -- tem de estar em conformidade com o direito humanitário internacional e que uma decisão de impor um bloqueio total à região viola esta norma.
“Israel tem o direito de se defender, mas isso tem que ser feito de acordo com o direito internacional, o direito humanitário, e algumas decisões são contrárias ao direito internacional”, disse ele aos jornalistas após a reunião.
(Reportagem de Inti Landauro, Emma Pinedo, Andrew Gray e Thomas Escritt; reportagem adicional de Elizabeth Pineau, Nicolas Delame e Jacob Gronholt-Pedersen)