Por Felipe Iturrieta
COQUIMBO, Chile (Reuters) - Moradores começaram a reerguer suas casas e pontos comerciais em Coquimbo nesta sexta-feira, dois dias após o forte terremoto e as ondas de tsunami que assolaram a cidade costeira chilena.
Soldados patrulhavam as ruas para evitar saques depois que o governo da presidente do Chile, Michelle Bachelet, declarou uma emergência em Coquimbo em reação ao tremor de magnitude 8,3 que matou 12 pessoas.
Pelo menos um tremor secundário intenso sacudiu a costa chilena nesta sexta-feira, enquanto os moradores que tentavam resgatar o que podiam de suas propriedades exortavam o governo a acelerar o socorro.
"Mal começamos a retirar a lama e os destroços", disse Maria González, cujo restaurante de frutos do mar no porto de Coquimbo ficou seriamente danificado. "Eles têm que nos ajudar a consertar nossos negócios e voltar à vida que tínhamos".
Ondas de mais de 4,5 metros de altura atingiram as praias de Coquimbo, atirando barcos de pesca e contêineres nas ruas e alagando o centro da cidade.
O terremoto foi o mais forte do mundo este ano, mas a retirada rápida dos habitantes das zonas costeiras e os regulamentos rígidos dos edifícios pareceram manter o saldo de mortos baixo.
O custo econômico do sismo, que ocorreu na sequência de inundações no norte e erupções vulcânicas no sul no início deste ano, pode ficar entre 100 milhões e 1 bilhão de dólares, segundo a agência de avaliação de risco Fitch, citando dados do Cento de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos.
Bachelet, que foi muito criticada por sua resposta lenta a um terremoto gigantesco em 2010, que matou mais de 500 pessoas, abraçou as vítimas enquanto percorria o local do desastre na quinta-feira.
Aqueles vitimados pelo tsunami perderam praticamente tudo, afirmou Askaan Wohlt, da instituição de caridade Desafio Levantemos Chile, criada após o abalo sísmico de cinco anos atrás. "Nosso foco será ajudar os donos de negócios a se restabelecerem, para que possam voltar ao trabalho e reativar a economia local", disse Wohlt.
O tsunami que atingiu Coquimbo inundou um armazém de concentrado de cobre da mina de Caserones, informou a mineradora japonesa JX Nippon Mining and Metals nesta sexta-feira. A empresa disse não saber quanto concentrado de cobre estava armazenado no local.
O Chile é o maior produtor mundial de cobre, e as preocupações com uma interferência na distribuição da commodity diminuíram na quinta-feira quando a estatal Codelco retomou as operações de seu projeto em Andina e a Antofagasta (LONDON:ANTO) Plc , que negocia ações na bolsa de Londres, declarou que espera voltar a operar normalmente.