PARIS (Reuters) - A polícia de Paris atirou e feriu gravemente uma mulher que usava um hijab em uma estação de metrô na manhã de terça-feira, depois que os passageiros relataram que ela gritava slogans jihadistas e se comportava de maneira ameaçadora, informou o governo.
A França está em seu mais alto nível de alerta após o assassinato, em 13 de outubro, de um professor em um suposto ataque islâmico, que as autoridades associaram ao que chamaram de "atmosfera jihadista" ligada à guerra Israel-Gaza.
De acordo com o chefe da polícia parisiense Laurent Nuñez, a mulher ameaçou outros passageiros de um trem gritando “Vocês todos vão morrer” e também gritou “Allahu Akbar”.
A mulher, totalmente encoberta, foi baleada na estação Bibliotheque Nationale de France. Os passageiros haviam relatado anteriormente que ela "estava fazendo comentários agressivos e jihadistas", disse o porta-voz do governo Olivier Veran.
Quando a polícia chegou, "eles chamaram a mulher de lado e primeiro pediram que ela se acalmasse, mas também que mostrasse as mãos para mostrar que elas não representavam nenhum perigo em particular", acrescentou.
"O que aconteceu então foi que os policiais não tiveram outra opção a não ser abrir fogo contra essa mulher, dado o perigo da situação."
O serviço de bombeiros, que prestou atendimento de emergência à mulher, disse que ela foi baleada no abdômen. Ela foi transferida para um hospital próximo.
Veran disse que a mulher já havia ameaçado no passado as patrulhas urbanas da operação Sentinelle de combate ao terrorismo.
A estação de metrô, na linha RER C, foi esvaziada após o incidente, segundo a polícia.
Duas investigações foram abertas, uma contra a mulher e outra sobre o uso de armas pela polícia, disse o porta-voz do governo.
(Reportagem de Tassilo Hummel, Dominique Vidalon e Michel Rose)