CHICAGO (Reuters) - A Organização Mundial de Saúde (OMS) está recomendando às mulheres que moram em áreas de transmissão do Zika vírus a adiar a gravidez, orientação já dada por diversos países onde o contágio é generalizado.
A OMS divulgou a recomendação na semana passada, mas o seu significado somente ficou claro nesta quinta-feira quando a agência fez uma correção no aconselhamento sobre a prevenção da transmissão sexual do vírus.
Apesar de o Zika ser transmitido principalmente por mosquitos, o contágio também pode se dar por via sexual. Nas gestantes, a exposição ao vírus gera risco de microcefalia no feto. A preocupação com a microcefalia levou a OMS a declarar o Zika uma emergência de saúde global em 1° de fevereiro.
A recomendação da OMS declara agora de forma clara que homens e mulheres em idade reprodutiva e que vivam em áreas afetadas devem considerar o adiamento da gravidez. A recomendação não determina por quanto tempo. A recomendação abrange homens e mulheres em cerca de 60 países.
Diversos países afetados pelo surto de Zika, incluindo El Salvador, já divulgaram alertas similares aos seus habitantes.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos não aconselhou as mulheres a evitar a gravidez durante o surto de Zika, a não ser que estejam infectadas com o vírus.
O órgão norte-americano recomendou a todas as gestantes para que elas evitem viajar para áreas com transmissão ativa do Zika. O Brasil é o país mais afetado pelo Zika vírus no mundo e há preocupação com a realização dos jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em agosto, quando a cidade deve receber um grande número de visitantes.
Especialistas acreditam que pode levar anos até que uma vacina contra o Zika se torne amplamente disponível.
(Reportagem de Julie Steenhuysen)