Por Richard Lough e Michel Rose
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, fez uma avaliação desoladora da luta global contra a mudança climática a dezenas de líderes mundiais e executivos de empresas nesta terça-feira, dizendo-lhes: "Estamos perdendo a batalha".
"Não estamos nos mexendo rápido o suficiente. Todos nós precisamos agir", disse Macron, procurando injetar sangue novo em um esforço coletivo que enfraqueceu no meio do ano, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada de seu país do acordo climático de Paris, firmado dois anos atrás.
A ciência moderna está revelando a cada dia o perigo que o aquecimento global representa ao planeta, afirmou."Estamos perdendo a batalha", alertou, exortando os chefes de Estado, ministros e executivos reunidos a iniciarem uma nova fase do combate ao aquecimento global – mas nenhum compromisso internacional de caráter obrigatório será anunciado na cúpula "Um Planeta" desta terça-feira.O foco está na maneira como instituições financeiras de financiamento público e privado podem mobilizar mais dinheiro e como investidores podem pressionar grandes corporações a adotarem estratégias mais ecológicas.Mais de 200 investidores institucionais com 26 trilhões de dólares em ativos administrados disseram nesta terça-feira que intensificarão a pressão para que os maiores emissores corporativos de gases de efeito estufa do mundo combatam a mudança climática.Isso, dizem, seria mais eficiente do que ameaçar cancelar seus investimentos nas empresas, entre as quais estão Coal India, Gazprom, Exxon Mobil (NYSE:XOM) e China Petroleum & Chemical Corp.Separadamente, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que o executivo está "encarando positivamente" planos de reduzir os requisitos de capital feitos por bancos a investimentos com viés ecológico na tentativa de fortalecer a economia verde.A ação poderia ser parte de uma série mais abrangente de medidas que a União Europeia pretende apresentar em março para atingir a meta de cortar as emissões de carbono em 40 por cento até 2030, para a qual estima que cerca de 180 bilhões de euros em investimentos adicionais de baixa geração de carbono são necessários por ano.A mudança climática está causando enchentes, secas, tempestades e ondas de calor mais frequentes e severas, já que as temperaturas globais médias estão batendo novos recordes, o gelo marítimo está derretendo no Ártico e o nível dos mares está se elevando.
Nações em desenvolvimento dizem que as ricas não estão alinhadas a um compromisso mais abrangente do acordo de Paris que data de 2009, o de providenciar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 – dos setores público e privado – para ajudá-las a trocar os combustíveis fósseis por fontes de energia mais limpas e se adaptarem aos efeitos da mudança climática.