Por Laila Bassam
BEIRUTE (Reuters) - A pouca distância do local das dramáticas manifestações de rua que abalam o centro de Beirute, amantes da arte se reuniram para comemorar a reabertura de um museu de arte moderna que saudaram como símbolo da resistência da capital libanesa em meio ao conflito e ao caos.
O Museu Sursock, uma mansão em estilo italiano construída para um aristocrata otomano, foi aberto ao público pela primeira vez quando seu dono a deixou de herança à cidade mais de 60 anos atrás.
Nos anos 1960, quando Beirute floresceu como capital cultural do Oriente Médio, as galerias do Sursock podiam se vangloriar de exibir pinturas e esculturas de artistas do Líbano e de todo o mundo.
A guerra civil entre os anos 1975 e 1990, porém, praticamente forçou o fechamento do museu, que voltou a cerrar as portas em 2008 para uma ampla reforma antes de finalmente ser aberto pela terceira vez nesta semana.
"O Museu Sursock é uma parte da história moderna do Líbano, uma história que a guerra de 1975 tentou apagar", disse Rafic Chlala, ex-assessor presidencial presente à recepção que marcou sua mais recente reabertura. "Mas este museu resistiu e continuou sendo um marco cultural no Líbano".
Nos próximos três meses, suas instalações abrigarão 200 obras de arte que mostram a evolução de Beirute de uma pequena cidade otomana provincial nos anos 1800 até a vibrante capital nacional dos anos 1960, incluindo fotos do final do século 19, uma aquarela do artista libanês Amine el Bacha e uma peça de 1966 do artista britânico David Hockney.