JOHANESBURGO (Reuters) - A mãe da modelo Reeva Steenkamp disse nesta quarta-feira que não quer vingança contra o atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, que passou à prisão domiciliar esta semana, pouco mais de um ano depois de sua condenação a cinco anos de prisão pela morte da namorada.
O astro das pistas de corrida, condenado por homicídio culposo pela morte de Reeva, por ter disparado quatro tiros através da porta trancada do banheiro onde ela estava, vai ficar confinado na casa de seu tio Arnold, em um subúrbio da capital da África do Sul, Pretória.
"Não tenho sentimento de vingança. Não quero feri-lo. Ele já é uma pessoa com deficiências", disse June Steenkamp em seus primeiros comentários desde a libertação de Pistorius na noite de segunda-feira.
"Não quero que ele seja jogado na cadeia e fique sofrendo... isso não vai trazer Reeva de volta. No meu coração não quero vingança para ele, superei isso", disse June à emissora estatal SABC, no lançamento da Fundação Reeva Steenkamp, em uma escola na cidade de Port Elizabeth, no sul do país.
June leu um discurso que Reeva faria na manhã do Dia dos Namorados de 2013, o dia em que foi baleada e morta por Pistorius, atleta duplamente amputado.
"Tem sido uma jornada difícil e assim vai continuar até o dia em que eu morrer", disse June quando lhe perguntaram como estava lidando com a morte da filha.
A porta-voz da família de Pistorius, Anneliese Burgess, disse na terça-feira que eles estavam contentes por terem o atleta de volta à casa e que ele vai cumprir as condições da liberdade condicional.
O atleta ainda enfrenta uma apelação em 3 de novembro, do Ministério Público, que argumenta que ele deveria ter sido condenado por assassinato, e não por homicídio culposo. Os promotores dizem que Pistorius tinha de saber que a pessoa por trás da porta poderia morrer.