O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez (Psoe, esquerda), realizou nesta 4ª feira um discurso na Câmara dos Deputados apoiando a entrada de imigrantes no país. A fala do líder espanhol contraria as políticas recentes de outros países da Europa, que aumentaram a fiscalização de suas fronteiras para combater a imigração ilegal.
“A Espanha precisa escolher entre ser um país aberto e próspero ou um país fechado e pobre”, afirmou o premiê. “Nós, espanhóis, somos filhos da migração, não seremos pais da xenofobia. Vamos fazer uma política de imigração da qual os nossos mais velhos possam se orgulhar. Vamos fazer uma política de imigração que garanta o futuro dos seus netos”, completou.
A imigração é uma das resoluções encontradas pelo premiê para combater a baixa natalidade da Espanha e a consequente redução da economia do país.
O VOX (direita), partido de oposição do governo, porém, questiona o impacto das medidas planejadas e relaciona o aumento de crimes na Espanha com o maior número de imigrantes, além de criticar os custos que o governo espanhol arca com os migrantes que entram no país ilegalmente.
POLÍTICA MIGRATÓRIA NA EUROPA
Nos últimos meses, partidos e candidatos críticos a imigração na Europa vem se destacando e conseguindo maior apoio da população. Governos também vem implementando restrições contra a livre circulação de pessoas no continente, colocando à prova o Acordo de Schengen, que retira o controle da fronteira entre os países signatários do acordo, uma das principais características da União Europeia.
Em setembro, a Alemanha anunciou a implementação de controles temporários das fronteiras do país. A decisão se deu com o objetivo de combater a imigração ilegal terrestre e proteger os cidadãos alemães do “extremismo islâmico”, segundo Berlim. A Polônia classificou a ação como “inaceitável”.
Um dos outros países que estão endurecendo suas políticas aos imigrantes ilegais é a Hungria, que atualmente é a presidente da União Europeia. Budapeste planeja enviar solicitantes de asilo que chegam ao país pela Sérvia para a Bélgica.Porém, Bruxelas, que assim como Sánchez é favorável a políticas migratórias mais flexíveis, criticou o posicionamento húngaro.
Portugal, Suécia, Áustria, Grécia e Itália são alguns dos outros países que estão adotando nos últimos meses medidas mais rígidas para combater os imigrantes ilegais.