Por Joshua McElwee
AVIÃO DO PAPA (Reuters) - O papa Francisco deixou Cingapura rumo a Roma nesta sexta-feira, após uma viagem cansativa pelo Sudeste Asiático e Oceania, na qual ele pediu ações contra as mudanças climáticas, pressionou pelo diálogo interreligioso e reforçou a presença da Igreja Católica em uma região onde a instituição representa uma pequena minoria.
O voo da Singapore Airlines que transportava o pontífice católico e sua comitiva decolou por volta das 1h25 (no horário de Brasília) em Cingapura e deve chegar a Roma ainda nesta sexta-feira, depois de um voo de 12 horas por seis fusos horários.
Francisco visitou Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Cingapura em um período de 12 dias. O papa de 87 anos, que nos últimos anos tem sofrido com problemas de saúde, mostrou-se em boa forma durante toda a viagem, mantendo uma agenda lotada e sendo o protagonista de mais de 40 eventos.
Os destaques da viagem incluíram uma visita a uma cidade com cerca de 12.000 pessoas na periferia de Papua Nova Guiné, na qual o papa levou centenas de quilos de itens para ajudar a apoiar a população local, incluindo medicamentos, roupas e brinquedos.
O papa também celebrou uma missa no Timor Leste com uma multidão de cerca de 600.000 pessoas, quase a metade da população do país, de 1,3 milhão de habitantes.
O Timor Leste, 96% católico, foi o único país de maioria católica da turnê do papa.
A viagem de 12 dias de Francisco foi a mais longa de seu papado e está entre as mais longas da história papal. Ao pousar em Roma, Francisco terá percorrido quase 33.000 km.
O papa, que sofre de dores nos joelhos e nas costas, usou uma cadeira de rodas durante toda a viagem, mas cumpriu todos os compromissos agendados.
Na Indonésia, o país de maioria muçulmana mais populoso do mundo, Francisco emitiu uma declaração conjunta com o grande imã nacional pedindo uma ação climática global.
Em Cingapura, ele pediu ao governo de um dos principais centros financeiros do mundo a buscar salários justos para os mais de 1 milhão de trabalhadores estrangeiros com salários baixos.
Francisco tem priorizado viagens a locais nunca visitados por um papa ou onde os católicos são uma pequena minoria. Ele foi apenas o segundo papa a visitar três dos quatro países em seu itinerário.
Em Papua Nova Guiné, Francisco ofereceu uma pequena visão de como ele pensa a tarefa de liderar a Igreja Católica de 1,4 bilhão de membros e visitar os católicos de todo o mundo.
Em um comentário espontâneo a um grupo de jovens, ele fez o pedido habitual de que orassem por ele. E então, enfatizando sua necessidade de orações, ele acrescentou: "Este trabalho não é fácil."