BERLIM (Reuters) - O Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) indicou nesta quarta-feira que pode abandonar a coalizão com os conservadores da chanceler Angela Merkel se ela for forçada a sair, aumentando a pressão para seus parceiros evitarem uma eleição antecipada agora que procuram uma nova liderança.
Depois que a protegida de Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer, desistiu de sua ambição pelo cargo máximo na segunda-feira, a União Democrata-Cristã (CDU) se voltou à escolha de um novo líder e candidato a chanceler na próxima eleição federal, marcada para outubro de 2021.
A possibilidade de ter um rival como líder partidário enquanto ela permanece como chanceler pode ser inviável e obrigar Merkel, que não buscará a reeleição depois de liderar a maior economia da Europa durante cerca de 15 anos, a deixar o posto mais cedo.
Isso pode desencadear uma eleição antecipada, inclusive porque o SPD deixou claro que seu acordo de coalizão é somente com Merkel.
O secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, disse que o partido entrou na coalizão com Merkel. "E deixaremos a coalizão com ela – como planejado, na próxima eleição federal de rotina", disse ele, fazendo alguns dos comentários mais explícitos de uma figura de destaque do SPD até o momento.
"Não estou ciente de nenhuma outra data de eleição", acrescentou.
A coalizão frágil já chegou perto do colapso várias vezes, e a seleção de dois membros da esquerda como possíveis novos líderes do SPD no ano passado abalou ainda mais a aliança.
Muitos parlamentares querem evitar o transtorno de uma eleição enquanto a Alemanha ocupa a presidência temporária da União Europeia no segundo semestre deste ano.
(Por Madeline Chambers)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES