Por David Stanway e Roxanne Liu
PEQUIM/XANGAI (Reuters) - Mais dez pessoas a bordo de um navio em quarentena no litoral do Japão foram diagnosticadas com coronavírus, disseram autoridades nesta quinta-feira, e especialistas de saúde intensificaram os esforços para encontrar uma vacina para uma doença que vem causando o temor de uma pandemia global.
O saldo de mortes na China continental aumentou em 73 e chegou a 563, e o país tem mais de 28 mil infecções confirmadas.
Analistas financeiros reduziram sua previsão de crescimento para a segunda maior economia do mundo, e a agência de avaliação de risco Moody's apontou para um risco na produção e venda de veículos.
Mas as ações globais continuaram se recuperando, animadas por fechamentos recordes de ações de referência de Wall Street vindos na esteira de dados econômicos encorajadores e do anúncio chinês de um corte de tarifa em algumas importações dos Estados Unidos, o que analistas enxergaram como uma medida para aumentar a confiança.
O vírus levou à interdição de cidades e fábricas na China, prejudicou as viagens aéreas e nesta semana provocou caos no mundo à parte dos cruzeiros transoceânicos de luxo.
Cerca de 3.700 pessoas a bordo do Diamond Princess, que está atracado em um porto japonês, serão mantidas em quarentena durante ao menos duas semanas no navio, que tem 20 casos do vírus e onde os exames continuam. Atualmente o Japão tem 45 casos do vírus.
Gay Courter, um romancista norte-americano de 75 anos no navio, disse esperar que o governo de seu país envie transporte para retirá-lo e aos seus compatriotas.
"É melhor para nós viajar enquanto estamos saudáveis, e caso fiquemos doentes ser tratados em hospitais americanos", disse ele à Reuters.
Em Hong Kong, um navio de cruzeiro com 3.600 passageiros e tripulantes foi mantido em quarentena pelo segundo dia à espera de exames depois da detecção de três casos positivos a bordo.
Taiwan, que tem 13 casos, proibiu que cruzeiros internacionais ancorem.
Vários países, inclusive os EUA, proibiram a entrada de visitantes que estiveram na China nas últimas duas semanas.
Notícias sobre outro foco do vírus emergiram, agora ligadas a uma reunião de uma empresa ocorrida em meados de janeiro em Cingapura. Ao menos três pessoas foram infectadas depois de uma conferência com 94 funcionários estrangeiros, incluindo uma pessoa de Wuhan, cidade do centro da China no epicentro do surto.
As autoridades não identificaram a empresa, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar investigando.