Por Krishn Kaushik
NOVA DÉLHI (Reuters) - O ministro da Defesa da Índia disse ao seu homólogo chinês nesta quinta-feira que a melhoria das relações entre os países depende do retorno da "paz e tranquilidade" na fronteira compartilhada entre ambos, que tem sido perturbada por tensões militares, informou um comunicado do governo indiano.
As relações entre os gigantes asiáticos com armas nucleares têm se deteriorado desde meados de 2020, quando tropas chinesas e indianas se enfrentaram em sua disputada fronteira do Himalaia, deixando 24 mortos.
A situação se acalmou em grande parte após negociações militares e diplomáticas, mas o confronto continua em bolsões ao longo da fronteira de 3.800 km.
O ministro da Defesa da Índia, Rajnath Singh, expôs a posição de Nova Délhi sobre seus laços tensos com Pequim em uma reunião com o colega chinês Li Shangfu na capital indiana, disse o comunicado.
Singh "transmitiu categoricamente que o desenvolvimento das relações entre a Índia e a China tem como premissa a prevalência da paz e tranquilidade nas fronteiras", afirmou.
"Ele reiterou que a violação dos acordos existentes corroeu toda a base das relações bilaterais e o desengajamento na fronteira será logicamente seguido de desescalada", acrescentou o comunicado.
A Índia acusa a China de se entrar frequentemente em seu lado da fronteira disputada, violando acordos assinados desde os anos 1990. Pequim nega as acusações e culpa Nova Délhi pelas transgressões.
A China não emitiu nenhum comentário sobre a reunião.
A China tem pressionado por engajamento e cooperação entre os dois Exércitos, mas a Índia disse que isso só poderá acontecer se houver tranquilidade na fronteira, disseram duas fontes indianas à Reuters.
Esta é a primeira visita de um ministro da Defesa chinês à Índia desde o início da violência no Himalaia, em maio de 2020.
(Por Krishn Kaushik)