Por Stephanie Nebehay e Lisa Barrington
GENEBRA/BEIRUTE (Reuters) - A delegação do governo da Síria abandonou conversas de paz lideradas pela Organização das Nações Unidas em Genebra e informou que não irá voltar na próxima semana a não ser que a oposição retire uma declaração exigindo que o presidente Bashar al-Assad não desempenhe função em qualquer governo interino pós-guerra.
“Para nós, esta rodada terminou, como uma delegação do governo. Ele, como mediador, pode anunciar sua própria opinião”, disse o negociador-chefe do governo, Bashar al-Ja’afari, após a manhã de conversas, se referindo ao mediador da ONU, Staffan de Mistura.
“Enquanto o outro lado mantiver a linguagem de Riad 2... não haverá progresso”, disse Ja’afari.
Ele se referia à posição adotada por delegados da oposição síria em um encontro em Riad na semana passada, no qual mantiveram a demanda de que Assad seja excluído de qualquer governo de transição.
Ja’afari foi além em entrevista televisionada à emissora al-Mayadeen: “Nós não podemos nos envolver em discussão séria em Genebra enquanto a declaração em Riad não for retirada”.
De Mistura expressou otimismo em relação ao impasse, dizendo em comunicado que havia pedido para as delegações participarem de “conversas na próxima semana” e darem suas reações a 12 princípios políticos.
Anteriormente houve especulação de que a oposição pudesse suavizar sua postura antes das negociações desta semana em Genebra, em resposta aos avanços do governo no campo de batalha.
A guerra civil síria, agora em seu sétimo ano, matou centenas de milhares de pessoas e deslocou mais de 11 milhões de suas casas. Até o momento todas as rodadas de conversas de paz fracassaram em conseguir progressos, se perdendo por conta da exigência da oposição de que Assad deixe o poder e da rejeição de Assad em sair.
Pressionado sobre se a delegação do governo irá retornar a Genebra na próxima semana, Ja’afari respondeu: “Damasco irá decidir”.