Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que não iria permitir a criação de um Estado palestino caso seja reeleito, numa última tentativa de angariar apoio de direitistas antes de uma acirrada eleição marcada para terça-feira.
Netanyahu está atrás de seu oponente de centro-esquerda, Isaac Herzog, nas pesquisas de intenção de voto, e tem buscado divergir as atenções de questões socioeconômicas focando nos desafios ligados à segurança do país, afirmando que somente ele seria capaz de defender Israel.
Apesar de ter sugerido anteriormente que aceitaria um Estado palestino, Netanyahu mudou de discurso nesta segunda-feira, alegando riscos ligados à crescente militância islâmica na região. Ele disse que se for reeleito, os palestinos não teriam o Estado independente que buscam estabelecer na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
"Quem quer que se movimente para estabelecer um Estado palestino ou tenha a intenção de se retirar do território está simplesmente concedendo território para que terroristas islâmicos radicais ataquem Israel", disse ele ao site de notícias israelense NRG.
Questionado se sua declaração significava que um Estado palestino não seria estabelecido se ele continuasse como primeiro-ministro, ele respondeu: "De fato."
Herzog, líder do Partido Trabalhista, é a favor da renovação das negociações mediadas pelos Estados Unidos com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
O companheiro de chapa de Herzog, a centrista Tzipi Livni, integrou a coalizão de governo conservadora de Netanyahu e era responsável pelas negociações com Abbas até que as conversas chegaram a um impasse, em abril.
(Reportagem adicional de Allyn Fisher-Ilan e Dan Williams)