ROMA (Reuters) - O papa Francisco defendeu neste domingo a exibição de presépios nas praças de cidades e outros locais públicos, o que tem se tornado uma questão contenciosa anual na época do Natal em países como os Estados Unidos e França.
O papa viajou para a cidade de Greccio, a leste de Roma, para visitar o local onde São Francisco de Assis iniciou a tradição, estabelecendo o primeiro presépio em 1223.
Lá, o papa assinou um documento conhecido como Carta Apostólica, intitulado "Admirabile Signum" (Sinal Maravilhoso), sobre o significado e importância do presépio.
"Com esta carta, desejo incentivar a bela tradição familiar de preparar o presépio nos dias anteriores ao Natal, mas também o costume de estabelecê-lo em locais de trabalho, em escolas, hospitais, prisões e praças", diz o documento.
Presépios retratam o nascimento de Jesus como cristãos acreditam que aconteceu --o bebê e sua mãe em um ambiente humilde, com animais e pastores, além de reis trazendo presentes alguns dias depois do nascimento.
A construção de tais cenas em praças públicas ou em propriedade do governo é contestada regularmente por ateus e grupos secularistas.
Nos Estados Unidos, grupos que se opõem a presépios em lugares públicos dizem que as cenas violam a primeira emenda da Constituição, que proíbe o estabelecimento de um estado religioso.
Em 1984, a suprema corte dos EUA decidiu a favor de permitir presépios em locais públicos, dizendo que não eram um esforço para estabelecer ou apoiar uma religião específica.
Em 2014, na França, uma ordem judicial determinou o desmonte de uma cena da natividade em uma prefeitura.
Em outras partes do documento, o papa disse que o propósito do presépio era ensinar "que não podemos nos deixar ser enganados pela riqueza e promessas fugazes de felicidade, "e que eles eram um lembrete para ajudar os menos afortunados".
(Por Philip Pullella)