RIO DE JANEIRO (Reuters) - O tenista norte-americano John Isner afirmou nesta sexta-feira que está tomando medidas de precaução contra o Zika vírus para a disputa do Rio Open na próxima semana, mas demonstrou confiança no combate à doença e disse que não cogita desistir de disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em decorrência da enfermidade.
Isner, atual 12o colocado do ranking mundial e melhor tenista dos Estados Unidos na lista, vai disputar pela primeira vez na carreira o torneio da ATP no Rio, e declarou ter confiança no trabalho das autoridades contra o Zika, num momento em que crescem os temores internacionais com relação ao vírus que se espalhou pelas Américas.
"É claro que você ouve muito e lê muito sobre o Zika vírus, mas é algo que não estou tão preocupado, mas obviamente estou tomando precauções", disse o tenista a repórteres em entrevista após treino de preparação para o torneio no Jockey Club Brasileiro, apontando o uso de repelente como uma das medidas contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
"Acho que nesse clube e ao redor da cidade estão tomando medidas de precaução e acho que estaremos seguros", afirmou.
Questionado se cogitaria desistir de disputar a Olimpíada do Rio, em agosto, em decorrência do Zika vírus, Isner descartou completamente a hipótese. "Isso não seria uma razão para eu não disputar os Jogos", afirmou. "Acho que no período de seis meses eles podem ter isso bastante sob controle, então não seria um motivo para eu não jogar".
A confiança demonstrada por Isner contraria sentimentos de preocupação demonstrados por outros atletas com relação à presença do Zika vírus durante os Jogos Olímpicos, que acontecem de 5 a 21 de agosto.
O próprio Comitê Olímpico dos Estados Unidos disse a federações esportivas do país que atletas e funcionários temerosos do Zika vírus deveriam cogitar não disputar a Olimpíada, enquanto o treinador da atual campeã olímpica do heptatlo, a britânica Jessica Ennis-Hill, afirmou que não vai incentivar a atleta a defender o título no Rio.
O Brasil, país mais afetado pelo Zika, estabeleceu no ano passado a relação entre o vírus e um surto de microcefalia em recém-nascidos na Região Nordeste do país, o que aumentou os temores sobre a doença. Essa relação ainda não foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a entidade declarou nesta sexta que isso deve ocorrer dentro de semanas.
(Por Pedro Fonseca)