Por Tim Reid
(Reuters) - Michael Johnson, um trabalhador de construção civil em Washington, D.C., está esperando pelo cheque de 1.400 dólares do governo prometido depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou um pacote trilionário de alívio em resposta à Covid-19 na semana passada.
Ele não está planejando uma farra de gastos. Ele está nervoso. "Vou tentar adiantar um pouco a minha hipoteca. Você sabe, ainda estamos nesta pandemia", disse Johnson, 45.
Em entrevistas com uma dúzia de norte-americanos, incluindo uma enfermeira, um homem que ficou sem teto devido à pandemia, um encanador, um professor e um dono de bar, quase todos disseram que estão tão preocupados com o futuro e que usarão seus cheques de estímulo para pagar dívidas e impostos acumulados no último ano.
Essas prioridades de gastos não são o que os enormes pacotes de estímulo tradicionalmente pretendem alcançar. Eles são projetados para incentivar as pessoas a comprarem bens e serviços, para ajudar as empresas dos Estados Unidos e criar empregos.
Diane Swonk, uma economista trabalhista, vê uma divisão entre aqueles que podem trabalhar de casa e aqueles que não podem, o que foi destacado pelas maneiras como os norte-americanos gastaram seus cheques de estímulo do governo no último ano.
Os gastos dos consumidores com bens foram bastante robustos em janeiro, disse Swonk. Mas isso foi principalmente por causa de pessoas que não precisavam necessariamente dos três cheques de estímulo enviados pelo Tesouro dos EUA no último ano. A maioria dos que precisavam desesperadamente do dinheiro usou os cheques para comprar comida, garantir abrigo e pagar dívidas.
"Isso leva ao problema de que a maré alta não levanta todos os barcos", disse Swonk.
Thadd Ernstmeyer, que dirige uma empresa familiar de encanamento em Reedsburg, Wisconsin, fatura cerca de 150 mil dólares por ano, com despesas gerais de cerca de um terço disso, e é tributado em cerca de 25%. Seu cheque de estímulo vai para seus impostos, disse Ernstmeyer.
"Vai direto de volta para o governo."