Por Steve Holland e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - Uma nova rodada de negociações com o objetivo de chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, em troca da libertação de reféns mantidos pelo Hamas, vai acontecer neste fim de semana no Cairo e com representação norte-americana, informou a Casa Branca nesta sexta-feira.
O diretor da CIA, Bill Burns, chefiará a delegação norte-americana, afirmou uma autoridade do país.
O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que o presidente Joe Biden pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante ligação telefônica ocorrida na quinta-feira, que empodere seus negociadores no Egito para que um acordo possa ser alcançado o quanto antes.
Os EUA e seus aliados veem um cessar-fogo como essencial para permitir que mais ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, em meio a temores de fome entre os palestinos do enclave.
Sob a mais recente proposta, Israel e o Hamas concordarão em realizar um cessar-fogo de seis semanas em troca da libertação de reféns doentes, idosos ou feridos que estão sendo mantidos pelo Hamas. As negociações estão emperradas há semanas.
“Vamos chegar a um acordo para que possamos ter um cessar-fogo em questão de semanas, para que seja mais fácil cumprir as promessas de aumento da ajuda humanitária”, afirmou Kirby nesta sexta-feira.
Ele disse que não há planos para que os EUA conduzam uma investigação independente sobre a morte de trabalhadores de ajuda humanitária da World Central Kitchen.
Os militares israelenses demitiram dois oficiais e repreenderam comandantes formalmente depois de uma investigação sobre a morte dos funcionários da ONG em um ataque aéreo na Faixa de Gaza ter descoberto graves erros e brechas nos procedimentos oficiais.
Netanyahu contou a Biden, na quinta-feira, sobre as conclusões da investigação israelense. Biden alertou seu colega que Israel deve adotar medidas para proteger civis e evitar danos humanitários, ou Washington terá de adotar ações em resposta a esses problemas.
Israel também anunciou que vai abrir o porto de Ashdod e a passagem fronteiriça de Erez para elevar a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Perguntado se ameaçou retirar o apoio militar a Israel, Biden respondeu nesta sexta-feira: “Pedi para que eles façam o que estão fazendo”.
(Reportagem de Steve Holland, Katherine Jackson e Jeff Mason)