Por Karen Freifeld e Joseph Ax
NOVA YORK (Reuters) - Trabalhadores ergueram barricadas em torno de um tribunal em Manhattan nesta segunda-feira, conforme a cidade de Nova York se prepara para uma possível acusação formal contra Donald Trump por um suposto pagamento de silenciamento a uma estrela pornô durante sua campanha presidencial em 2016.
As barreiras foram levantadas em preparação para o que pode ser o primeiro processo criminal contra um ex-presidente dos EUA, dois dias depois que ele instou seus seguidores nas redes sociais a protestarem contra o que seria sua detenção iminente.
Espera-se que um grande júri indicie Trump na segunda ou na quarta-feira, informou o site Politico, por conta dos pagamentos à estrela pornô Stormy Daniels. Trump, que está buscando a indicação republicana para disputar a Casa Branca novamente em 2024, previu que seria detido na terça-feira.
Mas na segunda-feira o grande júri ainda parecia estar reunindo evidências antes de decidir se as acusações são ou não justificadas.
Um indiciamento pode prejudicar a tentativa de retorno de Trump à Casa Branca. Cerca de 44% dos republicanos dizem que ele deveria desistir da corrida presidencial se for indiciado, de acordo com uma pesquisa de sete dias Reuters/Ipsos concluída nesta segunda.
De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, o advogado Robert Costello deveria comparecer perante o painel de portas fechadas a pedido dos advogados de Trump, já que ele poderia fornecer informações que contestariam o depoimento anterior de Michael Cohen, ex-advogado de Trump.
O próprio Cohen voltou para o tribunal, disse outra fonte, depois que o gabinete da Procuradoria de Manhattan pediu que ele estivesse disponível como testemunha de refutação.
A investigação do procurador distrital de Manhattan Alvin Bragg é um dos vários desafios legais que Trump enfrenta. Seu escritório não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Cohen se declarou culpado em 2018 por violações federais de financiamento de campanhas ligadas a seus pagamentos a Daniels, cujo nome legal é Stephanie Clifford, e a outra mulher em troca de seu silêncio sobre casos que reivindicaram com Trump.
Trump negou que esses casos tivessem ocorrido.
Ao convocar os protestos, Trump provocou temores entre policiais e agentes de segurança de que seus apoiadores possam se envolver em episódios de violência semelhantes ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, disse a jornalistas que a polícia estava monitorando as redes sociais de olho em "ações inadequadas" na cidade. O Departamento de Polícia de Nova York disse que não havia ameaças reais conhecidas.
Se acusado, Trump provavelmente teria que viajar de sua casa na Flórida para o registro de suas impressões digitais e outros procedimentos. As autoridades policiais se reuniram nesta segunda-feira para discutir a logística da operação, segundo informaram vários meios de comunicação.
(Reportagem adicional de Joseph Ax e David Morgan)