Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - Um governo israelense de extrema-direita, que visa expandir os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada e seguir outras políticas que provocaram críticas no país e no exterior, era empossado nesta quinta-feira, consolidando o retorno de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro.
O líder veterano, que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega, procurou acalmar os temores sobre o destino dos direitos civis e da diplomacia desde que seu bloco de partidos nacionalistas e religiosos garantiu a maioria parlamentar nas eleições de 1º de novembro.
Seus aliados incluem os partidos Sionismo Religioso e Poder Judeu, que se opõem à criação de um Estado palestino e cujos líderes, ambos colonos da Cisjordânia, já abalaram no passado o sistema de justiça de Israel, a minoria árabe e os direitos LGBT.
Netanyahu tem prometido repetidamente promover a tolerância e buscar a paz, em uma tentativa de afastar as críticas à sua coalizão.
Ele disse ao Parlamento em um discurso que "acabar com o conflito árabe-israelense" é sua prioridade, junto com frustrar o programa nuclear do Irã e aumentar a capacidade militar de Israel.
A oposição o criticou e alguns gritaram "Fraco! Fraco!". Eles dizem que Netanyahu teve que fazer acordos caros para garantir novos parceiros depois que os partidos de centro o boicotaram por causa de seus problemas legais.
Para os palestinos, a ascensão de Netanyahu obscureceu uma perspectiva já sombria. Depois de um ano em que a violência aumentou em toda a Cisjordânia, os assentamentos judaicos estão agora prontos para se expandir em terras nas quais os palestinos esperavam construir um futuro Estado.
O partido conservador Likud, de Netanyahu, disse que o governo "promoverá e desenvolverá assentamentos" em territórios aos quais "o povo judeu tem direito exclusivo e inatacável".
A maioria das potências mundiais considera ilegal a construção de assentamentos em terras capturadas em guerras.