Por Rami Ayyub e Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O novo governo de Israel aprovou nesta segunda-feira uma marcha nacionalista judaica em Jerusalém, uma medida que arrisca inflamar as tensões com os palestinos apenas horas depois que o líder veterano Benjamin Netanyahu passou o cargo para o novo primeiro-ministro Naftali Bennett.
Em uma passeata com bandeiras, planejada para terça-feira, grupos de extrema-direita irão marchar por dentro e em volta da Cidade Antiga, em Jerusalém, onde as tensões continuam altas desde os 11 dias de combates entre Israel e militantes de Gaza em maio.
Facções palestinas convocaram um "dia de fúria" contra a marcha de Jerusalém, com as memórias dos conflitos entre a polícia de Israel ainda frescas do mês passado, no contestado complexo da Mesquita de Al-Aqsa na cidade, e em uma vizinhança onde palestinos ainda estão enfrentando despejos em uma disputa na Justiça.
"Isso é uma provocação ao nosso povo e uma agressão contra nossa Jerusalém e nossos locais sagrados", disse o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, sobre a marcha.
Depois de se reunir com o chefe de polícia e outras autoridades de segurança de Israel, o novo ministro de Segurança Interna, Omar Barlev, aprovou a manifestação e disse que a polícia está bem preparada, de acordo com um comunicado emitido pela imprensa israelense.
"(Grandes) esforços estão sendo empreendidos para preservar a delicada estrutura da vida e da segurança pública", disse Barlev segundo as publicações.
Não ficou claro se os participantes poderiam adentrar o bairro muçulmano da Cidade Antiga, em uma rota anteriormente barrada pela polícia israelense. Um porta-voz da polícia não comentou de imediato.