Por Napat Wesshasartar e Chayut Setboonsarng
BANGCOC (Reuters) - O novo primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, discutiu nesta quinta-feira a superação das divisões políticas com o antecessor que derrubou o último governo de seu partido, enquanto se prepara para escolher um gabinete em uma aliança de 11 partidos que inclui rivais ferozes.
Srettha passou por uma votação parlamentar para se tornar primeiro-ministro na terça-feira e liderará uma coalizão complicada que inclui partidos apoiados por militares monarquistas que têm agido repetidamente contra seu partido Pheu Thai.
O encontro com o primeiro-ministro de saída e antigo chefe do Exército, Prayuth Chan-ocha, sublinha uma frágil distensão na política tailandesa, sendo Prayuth o arquiteto de um golpe de Estado em 2014 contra o último governo do Pheu Thai. O militar permaneceu no comando por nove anos.
"As divisões existentes serão difíceis de superar. Uma conversa não acabará com tudo. Vai levar tempo", disse Srettha, usando uma gravata amarela, a cor associada à monarquia.
Questionado pelos repórteres sobre qual conselho Prayuth deu, ele disse "para eu ficar calmo, ser paciente e proteger a nação e a monarquia".
O magnata do mercado imobiliário Srettha foi lançado na política há apenas alguns meses e não tem experiência no governo.
Há muitas especulações de que sua ascensão surpreendentemente tranquila ao cargo mais alto faz parte de um acordo secreto entre as elites em conflito na Tailândia, que incluiu o dramático retorno para casa, na terça-feira, do fundador bilionário do Pheu Thai, Thaksin Shinawatra, após 15 anos de autoexílio.
Thaksin e Pheu Thai negaram a existência de um acordo com os seus rivais no establishment militar e conservador.
Srettha tem a difícil tarefa de formar e manter unida uma coligação potencialmente frágil que inclui campos rivais com um histórico de traição, aumentando a perspectiva de desafios internos que poderão complicar a elaboração de políticas.