Por Nvard Hovhannisyan e Nailia Bagirova
YEREVAN/BAKU (Reuters) - Um cessar-fogo no território montanhoso de Nagorno-Karabakh estava sob grande pressão nesta terça-feira em resultado dos novos combates intensos entre forças armênias étnicas e azeris, que travam suas batalhas mais mortíferas desde os anos 1990.
A trégua acertada no sábado teve pouco impacto no confronto iniciado no dia 27 de setembro, apesar dos temores de que provoque um conflito mais amplo envolvendo Rússia e Turquia.
Em uma entrevista, o presidente armênio, Armen Sarkissian, acusou a Turquia de desestabilizar o sul do Cáucaso com seu apoio robusto ao Azerbaijão, mas disse que não defende uma intervenção militar da Rússia, que tem um pacto de defesa com a Armênia.
"O que estou pregando não é envolver a Rússia e depois, amanhã, o Irã e uma terceira parte, e fazer da Armênia, do Azerbaijão e do Cáucaso outra Síria", disse ele à televisão France-24.
"O que estou dizendo é que, em vez de falar em envolver a Rússia, temos que falar sobre excluir a Turquia, que tem um papel completamente destruidor aqui."
Ancara nega as acusações de Armênia, França e Rússia, segundo as quais enviou mercenários dos conflitos na Síria e no Líbano para lutarem em Nagorno-Karabakh, que rompeu com o Azerbaijão quando a União Soviética entrou em colapso.
Várias centenas de pessoas foram mortas desde 27 de setembro em combates envolvendo drones, aviões de guerra, artilharia pesada, tanques e mísseis, provocando o receio de uma crise humanitária e preocupações com a segurança de oleodutos e gasodutos no Azerbaijão.
(Reportagem adicional de Margarita Antidze em Tbilisi e Tuvan Gumrukcu em Ancara)