NAIRÓBI (Reuters) - O número de mortos entre seguidores de um culto queniano que acreditavam que iriam para o céu se passassem fome subiu para 89, disse o ministro do Interior do Quênia, Kithure Kindiki, nesta terça-feira.
O número de vítimas tem aumentado constantemente nos últimos dias, à medida que as autoridades realizam exumações de valas comuns encontradas em uma área de cerca de 324 hectares da floresta Shakahola, no leste do Quênia, onde a autoproclamada Igreja Internacional da Boa Nova estava baseada.
"Fui informado pelos responsáveis que, até agora, além do número que foi dado ontem em 73, conseguimos descobrir até esta hora outros 16 corpos, elevando o total para 89", disse Kindiki a repórteres.
Ele acrescentou que mais três pessoas foram resgatadas com vida, elevando o número total de sobreviventes encontrados até agora para 34.
"Agradecemos a Deus por salvar a vida daqueles entes queridos e oramos para que Deus os ajude a passar pelo trauma, para ajudá-los a se recuperar e contar a história de como uma vez um compatriota queniano, um compatriota humano, decidiu ferir tanto muitas pessoas, sem coração, se escondendo sob as Sagradas Escrituras", afirmou Kindiki.
O número de mortos pode aumentar ainda mais. A Cruz Vermelha do Quênia disse que mais de 200 pessoas foram dadas como desaparecidas em uma mesa de rastreamento e aconselhamento que montou em um hospital local.
O líder do culto, Paul Mackenzie, foi preso em 14 de abril após uma denúncia que sugeria a existência de covas rasas contendo corpos de um grande número de seguidores. A mídia queniana informou que ele está recusando comida e água.
A Reuters não conseguiu entrar em contato com nenhum advogado ou representante do Mackenzie.
A polícia disse na segunda-feira que outros 14 membros do culto também estavam sob custódia.
(Reportagem de George Obulutsa e Bhargav Acharya)