KINSHASA (Reuters) - O número de mortos em enchentes que devastaram dois vilarejos no leste da República Democrática do Congo na semana passada mais do que dobrou, para 401, disse um governador de província nesta segunda-feira, tornando-se um dos desastres naturais mais letais na história recente do país.
Mais corpos estavam sendo recuperados nesta segunda-feira, somando-se às dezenas de outros que foram embrulhados em sacos e empilhados em valas comuns no fim de semana, disseram fontes da sociedade civil.
Os vilarejos de Bushushu e Nyamukubi no território de Kalehe, província de Kivu do Sul, foram inundados na quinta-feira depois que dias de chuva torrencial causaram deslizamentos de terra e transbordaram rios.
Pelo menos 176 pessoas foram declaradas mortas na sexta-feira, enquanto trabalhadores humanitários vasculhavam os vilarejos devastados para recuperar corpos cobertos de lama dos escombros, com centenas de pessoas ainda desaparecidas.
O governador de Kivu do Sul, Theo Ngwabidje Kasi, disse à Reuters nesta segunda-feira que o número de mortos agora é 401. Ele não forneceu mais detalhes.
"É a pior enchente que já tivemos", afirmou o representante da sociedade civil Christian Zihindula Bazibuhe, acrescentando que corpos ainda estavam flutuando no lago Kivu.
As temperaturas mais altas devido às mudanças climáticas estão aumentando a intensidade e a frequência das chuvas na África, de acordo com especialistas em clima da Organização das Nações Unidas (ONU).
(Reportagem de Sonia Rolley, Ange Kasongo e Paul Lorgerie)