Por Andrew Cawthorne e Eyanir Chinea
CARACAS (Reuters) - Forças de segurança da Venezuela usaram gás lacrimogêneo e canhões de água nesta quarta-feira contra manifestantes que atiravam pedras em uma ponte em Caracas, enquanto o número de mortos nos protestos contra o governo neste mês chegou a 29.
Um manifestante de 20 anos morreu nos confrontos mais recentes na capital após ter sido atingido por uma lata de gás lacrimogêneo, disseram autoridades do distrito de Chacao.
Autoridades governamentais também anunciaram duas outras mortes em confrontos ocorridos anteriormente nesta semana: um jovem de 22 anos que teve diversos ferimentos de tiros em protesto na cidade de Valencia e um apoiador do governo de 28 anos baleado no estômago no Estado de Tachira.
A onda de protestos desde o início de abril contra o presidente socialista Nicolás Maduro desencadeou a pior violência na Venezuela desde 2014.
Manifestantes querem eleições para pôr um fim no governo socialista de duas décadas, mas a brutal crise econômica do país sul-americano também está gerando raiva.
“Quero que tudo termine: a fome, os assassinatos, a corrupção, todas as doenças que estamos sofrendo. Temos que continuar nas ruas até que haja mudança. Somos a maioria”, disse o estudante Ricardo Ropero, de 20 anos, durante marcha em Caracas.
Apoiadores de Maduro, que sucedeu Hugo Chávez em 2013, também protestaram nas ruas da capital, levantando os punhos e denunciando a oposição como “terrorista”. Maduro diz que seus adversários buscam um golpe violento, com a conivência dos Estados Unidos, assim como um levante de curta duração contra Chávez em 2002.
Mais de 1.500 pessoas foram presas durante os protestos neste mês, com 800 delas ainda detidas, de acordo com o grupo de direitos humanos Fórum Penal.
Maduro venceu por pouco as eleições em 2013 contra o líder da oposição, Henrique Capriles, mas a crise econômica abateu os índices de aprovação desde então.