Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou o Irã nesta terça-feira que seus combatentes devem respeitar a soberania do Iraque e se reportar a Bagdá na batalha contra os militantes do Estado Islâmico, que se espalha pela região.
Milícias xiitas apoiadas por Teerã vêm desempenhando um papel de destaque no combate ao grupo sunita, uma dissidência da Al Qaeda que emergiu do caos no Iraque e na vizinha Síria.
Obama disse que ele e o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al-Abadi, discutiram a questão longamente em sua reunião no Salão Oval.
Ele afirmou estar claro que o Iraque e o Irã têm uma relação importante por compartilharem uma fronteira, e destacou as milícias xiitas mobilizadas quando o Estado Islâmico surgia e o governo iraquiano ainda estava sendo organizado.
"Assim que o primeiro-ministro Abadi assumiu... dali em diante, a assistência estrangeira que está ajudando a derrotar o Estado Islâmico tem que passar pelo governo iraquiano. É assim que se respeita a soberania do Iraque", afirmou.
"Precisa se tratar de uma ajuda que não é simplesmente coordenada com o governo iraquiano, mas em última instância presta contas ao governo iraquiano e é direcionada pela cadeia de comando".
O Estado Islâmico atacou cristão e outras minorias religiosas e étnicas desde que suas forças tomaram grande parte do norte e do centro do Iraque desde o ano passado.
PEDIDO DE AJUDA
Abadi enfatizou que o Iraque irá respeitar a soberania de outros países e que espera o mesmo, e que está disposto a colocar todos os combatentes no Iraque sob controle do Estado.
O premiê deve solicitar bilhões de dólares em drones (aeronaves não-tripuladas) e armas dos EUA durante sua visita. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, declarou que Abadi não fez um pedido específico de apoio militar adicional durante o encontro.
Já Obama anunciou um acréscimo de 200 milhões de dólares à assistência humanitária de seu país ao Iraque, mas não quis dizer se Washington irá fornecer helicópteros Apache e outras armas a Bagdá.
A reunião na Casa Branca teve o objetivo de legitimar Abadi, líder que tem tentado ser mais inclusivo para as várias facções iraquianas do que seu antecessor, o xiita Nuri al-Maliki.
Em agosto, Obama autorizou os primeiros ataques aéreos dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas norte-americanas em 2011, e destacou cerca de três mil efetivos militares para treinarem e aconselharem forças iraquianas e curdas no enfrentamento do Estado Islâmico.
(Reportagem adicional de Julia Edwards e Roberta Rampton)