Por John Irish e Tom Balmforth
PARIS/LONDRES (Reuters) - A Alemanha e a maioria dos países da União Europeia aparentam estar prontos para boicotar a cerimônia de posse de Vladimir Putin no Kremlin para um novo mandato de seis anos na terça-feira, mas França e vários outros devem enviar representantes, apesar do apelo de Kiev.
A diversidade de respostas diplomáticas das potências europeias destaca uma diferença de opinião sobre como lidar com o líder russo mais de dois anos após ele lançar uma invasão na Ucrânia.
Não ficou claro se Estados Unidos ou Reino Unido estarão na cerimônia, a ser realizada após a Rússia anunciar nesta segunda-feira que fará exercícios táticos com armas nucleares, afirmando esperar que eles esfriem as "cabeças quentes" no Ocidente.
Putin teve uma vitória esmagadora na eleição presidencial em março, poucas semanas após seu adversário mais proeminente, Alexei Navalny, morrer na prisão. Governos do ocidente condenaram a reeleição, considerando-a injusta e antidemocrática.
"A Ucrânia não vê fundamentação legal para reconhecê-lo como presidente democraticamente eleito e legítimo da Federação Russa", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, em comunicado.
A cerimônia de posse de terça-feira, diz a pasta, busca criar "a ilusão de legalidade para a longevidade quase vitalícia no poder de uma pessoa que transformou a Federação Russa em um Estado agressor e o regime governista em uma ditadura".
Uma fonte sênior do Kremlin disse à agência de notícias Interfax que os chefes de todas as missões diplomáticas estrangeiras em Moscou foram convidados para a posse de Putin.
Um diplomata europeu afirmou à Reuters que 20 membros da UE irão boicotar o evento, mas outros sete devem enviar representantes.
(Reportagem de John Irish, Alexander Ratz, Andrius Sytas e Charlotte Van Campenhout)