Por Aaron Ross
KINSHASA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira que irá iniciar campanhas de vacinação de emergência contra a febre amarela ao longo da fronteira entre Angola e a República Democrática do Congo e na capital congolesa, Kinshasa, no mês que vem.
O pior surto de febre amarela em décadas já matou cerca de 345 pessoas em Angola, e o Congo declarou uma epidemia em Kinshasa e duas outras províncias na segunda-feira depois de relatar 67 casos confirmados e mais de mil outras ocorrências suspeitas.
Em um comunicado, a OMS disse que a campanha irá visar áreas em uma distância de 75 a 100 quilômetros da divisa, onde há muita circulação e comércio, para criar uma "região tampão imune" e evitar que a doença se propague.
Segundo a entidade, a campanha irá começar em julho. Atualmente quase não há mais vacinas no Congo, e uma nova leva de mais de um milhão de doses pode demorar semanas para chegar.
O estoque global de vacinas para febre amarela já se esgotou duas vezes neste ano devido à imunização dos habitantes de Angola, Uganda e Congo. A quantidade atual é de 6 milhões de doses, mas especialistas alertam que isso pode não bastar se houver surtos simultâneos em várias áreas densamente povoadas.
O vírus da febre hemorrágica transmitido por mosquitos é uma grande preocupação em Kinshasa, uma cidade de cerca de 12 milhões de habitantes com serviços de saúde precários, um clima úmido propício aos insetos e muita água estagnada onde podem procriar.