Por Megan Rowling
BARCELONA (Thomson Reuters Foundation) - Os países do hemisfério norte podem esperar ondas de calor mais longas no verão, além de mais dias consecutivos de chuvas fortes com consequências prejudiciais, se as metas acertadas internacionalmente para limitar o aquecimento global não forem cumpridas, alertaram cientistas nesta segunda-feira.
Um estudo publicado na revista Nature Climate Change disse que dias mais quentes do que a média seriam mais próximos um do outro se o mundo esquentasse 2ºC acima da época pré-industrial, prolongando a duração de futuros períodos quentes.
As temperaturas globais já subiram cerca de 1ºC e estão a caminho de um aumento de pelo menos 3ºC se os países reduzirem as emissões que afetam a mudança do clima em linha com os planos que fizeram até agora.
"Nosso estudo descobriu que se o mundo esquentar 2ºC acima dos níveis pré-industriais, poderemos ver uma mudança significativa nas condições do clima de verão a partir dos padrões que conhecemos hoje", disse o principal autor do grupo de pesquisa Climate Analytics e da Universidade Humboldt, Peter Pfleiderer.
"O clima extremo se tornaria mais persistente --períodos quentes e secos, bem como dias consecutivos de chuvas fortes, tudo ficaria mais longo."
Enquanto as ondas de calor e a seca se tornam mais extensas, os danos que elas causam à saúde, aos ecossistemas, à agricultura e à economia crescem "significativamente", disseram os cientistas, ao mesmo tempo que vários dias de chuvas fortes aumentam o risco de grandes inundações.
Em 2018, vários períodos de clima quente e seco, cada um com duração de semanas, contribuíram para as perdas de 15% do trigo da Alemanha, disseram.
E nos Estados Unidos, os últimos 12 meses foram os mais chuvosos já registrados, com as regiões centrais experimentando semanas de chuvas quase contínuas, inundando áreas de terras agrícolas.
Os pesquisadores descobriram que, se a temperatura subir 2ºC, a chance de períodos de calor que durem mais de duas semanas aumenta em 4% em comparação com a situação atual nas latitudes médias do norte, que incluem grande parte da Europa, América do Norte e Ásia Central e do Norte.