Por Michelle Nichols
NOVA YORK (Reuters) - Um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel neste domingo de continuar a negar o acesso humanitário da entidade à Faixa de Gaza, onde a diretora do programa alimentar da ONU alertou que uma "fome total" tomou conta do norte do enclave de 2,3 milhões de pessoas.
Embora não seja uma declaração formal de fome, a diretora-executiva do Programa Alimentar Mundial, Cindy McCain, disse -- em entrevista à NBC News transmitida neste domingo -- que, com base no "horror" acontecendo no local: "Há fome, fome total, no norte, e está se movendo em direção ao sul".
O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as observações de McCain.
O chefe da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, acusou Israel neste domingo de continuar a negar o acesso de ajuda das Nações Unidas em Gaza.
"Só nas últimas duas semanas, registramos 10 incidentes envolvendo disparos contra comboios, detenções de funcionários da ONU, incluindo situações em que foram intimidadados, despidos, ameaçados com armas e longos atrasos em postos de controle, forçando os comboios a viajar durante a noite ou abortar", publicou Lazzarini na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as observações de Lazzarini.
Lazzarini também apelou "ao Hamas e a outros grupos armados para que parem com quaisquer ataques às travessias humanitárias, evitem o desvio de ajuda e garantam que a assistência chegue a todos os necessitados".
Os militantes do Hamas assumiram a responsabilidade neste domingo por um ataque que fechou a principal passagem de ajuda humanitária para Gaza.
(Por Michelle Nichols, reportagem adicional por Maytaal Angel e Hatem Maher)