Por El Tayeb Siddig e Nafisa Eltahir
CARTUM (Reuters) - Enquanto países estrangeiros diminuem suas retiradas do Sudão, a Organização das Nações Unidas alertou para um ponto de ruptura humanitária, sem trégua nos combates entre facções militares rivais, apesar de uma suposta extensão do cessar-fogo.
Centenas de pessoas foram mortas e milhares feridas ao longo de 16 dias de batalhas desde que as disputas entre o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), paramilitares, eclodiram em conflito em 15 de abril.
Parece haver pouca perspectiva de uma solução rápida para a crise, que desencadeou um desastre humanitário, danificou áreas da capital Cartum, arriscou envolver potências regionais e reacendeu um conflito na região de Darfur.
Ambos os lados concordaram no domingo em estender uma trégua muito violada por 72 horas e a ONU disse à Reuters que pode manter negociações de trégua na Arábia Saudita, mas ataques aéreos e de artilharia ocorreram nesta segunda-feira, enquanto a fumaça pairava sobre Cartum e cidades vizinhas.
Os sudaneses que se aventuraram fora de casa disseram que a cidade se transformou.
"Vimos cadáveres. A área industrial foi toda saqueada. Vimos pessoas carregando TVs nas costas e grandes sacos roubados de fábricas", disse Mohamed Ezzeldin, que fugiu de Cartum, mas voltou porque o fluxo de deslocados elevou os custos de ir para outro lugar.