JOHANESBURGO (Reuters) - Quase 16 milhões de pessoas podem passar fome no sul da África por causa de uma seca agravada pelo fenômeno climático conhecido como El Niño, e que este número pode subir para 50 milhões, alertou o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) nesta sexta-feira.
"O El Niño está caminhando para se tornar uma emergência regional em potencial requerendo uma reação coordenada", afirmou o PMA em um relatório sobre o desenrolar da situação.
Em janeiro, o PMA disse que 14 milhões de pessoas da região estavam ameaçadas pela fome.
As cifras excluem a África do Sul, onde o presidente, Jacob Zuma, disse no mês passado que 2,7 milhões de famílias serão afetadas pela seca.
Verdadeira provedora regional de alimentos, a África do Sul teve seu ano mais seco já registrado em 2015, o que põe em risco as cruciais plantações de milho e já causou uma elevação de 100 por cento nos preços à vista do grão ao longo do ano passado.
Na região como um todo, o PMA disse que muitas áreas registraram a menor quantidade de chuvas em 35 anos entre outubro de 2015 e janeiro de 2016, a principal janela de plantio de grãos como o milho durante o inverno do hemisfério sul (será que isso está certo?).
A seca também está prejudicando a criação de animais domésticos, uma fonte de renda essencial de muitos lares em áreas rurais da região.
"A disponibilidade limitada de água e a falta de pastagem estão piorando as condições da criação de animais domésticos. O número de mortes de animais domésticos para criação já está aumentando em partes de Botsuana, Lesoto, Namíbia, África do Sul, Suazilândia e Zimbábue", informou o PMA.
(Por Ed Stoddard)