Por François Murphy e Shadia Nasralla
VIENA (Reuters) - O Irã cumpriu o prazo final para fornecer informações necessárias para que a agência nuclear da ONU possa avaliar se Teerã já buscou desenvolver armas nucleares no passado, informou a agência nesta quinta-feira, um dos passos na implementação de um acordo entre Teerã e potências mundiais.
O aparente progresso relatado na prolongada investigação da Organização das Nações Unidas coincidiu com um crescente desconforto do Ocidente em relação ao teste feito pelo Irã com um míssil balístico nesta semana, desafiando uma proibição da ONU. A França chegou a dizer que a atitude transmitiu uma mensagem perturbadora.
O cumprimento do prazo ocorre também após uma incomum transmissão na TV estatal iraniana de imagens de um túnel subterrâneo repleto de mísseis e lançadores, aparentemente com o intuito de sinalizar a determinação de Teerã em expandir seu já extenso estoque de mísseis.
Os mísseis da República Islâmica são vistos com preocupação por países vizinhos que são aliados do Ocidente no Golfo Árabe, pois veem neles um risco de que Teerã possa vir a carregá-los com ogivas nucleares, se um dia vier a desenvolver a tecnologia.
O Irã há muito tempo nega que seu enriquecimento de urânio para combustível nuclear tenha fins militares, afirmando possuir objetivos estritamente civis.
Mas suas restrições em relação às inspeções da ONU e informações de inteligência que sugerem que o país promoveu pesquisas sobre bombas nucleares no passado provocaram temores e levaram à imposição de sanções internacionais.
Em julho, o Irã chegou a um acordo com seis outras potências mundiais no qual concordou em restringir aspectos sensíveis de seu programa nuclear, ajudando assim a assegurar que nunca será usado para fabricar uma bomba e recebendo em troca a retirada das sanções.