Por Stephanie Nebehay e Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - Um plano da Rússia para a adoção de uma pausa de cinco horas nos combates em curso na região síria de Ghouta Oriental precisa ser ampliado para permitir a chegada de ajuda humanitária e a saída de civis e doentes, disseram autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.
Centenas de pessoas morreram nos 11 dias de bombardeios contra Ghouta Oriental, uma faixa de cidades e fazendas nos arredores de Damasco que é o último grande bastião controlado por rebeldes perto da capital.
A campanha aérea está sendo uma das mais agressivas da guerra civil da Síria, agora entrando em seu oitavo ano.
"Vocês não estão conseguindo nos ajudar a ajudar os civis da Síria", disse o conselheiro humanitário da ONU, Jan Egeland, a diplomatas de 23 Estados que compareceram a uma reunião semanal em Genebra.
"Ghouta Oriental carece de respeito pela lei internacional".
Cerca de 400 mil pessoas incapazes de escapar do cerco a Ghouta Oriental precisam de socorro vital, e o único comboio que teve acesso ao local neste ano foi pequeno e só levou ajuda a 7.200 pessoas em meados de fevereiro, disse Egeland.
A Rússia, forte aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, sugeriu tréguas locais diárias de cinco horas para estabelecer o que chama de corredor humanitário para que o socorro possa chegar ao enclave, e civis e feridos possam sair.
Mas o primeiro cessar-fogo do tipo, adotado na terça-feira, fracassou rapidamente, já que os disparos de bombas e de artilharia foram retomados depois de uma pausa curta.