Por Tuvan Gumrukcu
ISTAMBUL (Reuters) - A Organização das Nações Unidas espera que um acordo para retomar as exportações de grãos ucranianos através do Mar Negro esteja totalmente operacional em algumas semanas e restaure os embarques para níveis pré-guerra de 5 milhões de toneladas por mês, disseram dois altos funcionários da ONU nesta sexta-feira.
Ucrânia, Rússia, Turquia e as Nações Unidas assinaram o acordo em Istambul, o que a Turquia disse que marcará o primeiro passo para aliviar uma crise alimentar internacional exacerbada pela invasão de Moscou ao seu vizinho.
Rússia e Ucrânia estão entre os maiores exportadores de alimentos do mundo e a invasão russa em 24 de fevereiro bloqueou portos ucranianos, encalhando dezenas de navios, deixando 20 milhões de toneladas de grãos presos em silos e elevando os preços mundiais dos grãos.
Autoridades da ONU disseram que as partes concordaram com o esboço geral da iniciativa, como os portos envolvidos, o estabelecimento de um centro de monitoramento em Istambul, formas de inspecionar os navios envolvidos e as limitações do plano.
"Estamos olhando para uma taxa de implementação muito rápida", disse um dos funcionários. "Começamos (sábado) a estabelecer o Centro de Coordenação Conjunta (JCC)", disse, acrescentando que questões menores ainda precisam ser resolvidas antes que a iniciativa possa ser totalmente implementada.
"Estamos falando de algumas semanas antes de vermos a implementação adequada de navios entrando e saindo", disse o funcionário, embora possa haver um "movimento inicial de navios" para mostrar que o mecanismo funcionará.
De acordo com o plano, as autoridades ucranianas guiarão os navios por canais seguros através das águas minadas até três portos, incluindo o de Odesa, onde serão carregados com grãos.
Os navios então sairão das águas territoriais ucranianas no Mar Negro, transitarão pelo estreito de Bósforo até um porto turco para inspeção e depois seguirão para seus destinos.
"Estamos visando uma exportação mensal de cerca de 5 milhões de toneladas, que era o nível pré-guerra desses três portos", disse o funcionário.
O plano estará inicialmente ativo por 120 dias, mas poderá ser renovado, disseram as autoridades.
(Reportagem de Tuvan Gumrukcu, com reportagem adicional de Jonathan Spicer)
(((Tradução Redação São Paulo))